sábado, 25 de setembro de 2010

Notícia

A natureza e o gosto pela aventura encantam o turista brasileiro
Como o contato direto com as belas paisagens naturais está mudando o perfil dos viajantes brasileiros
HUMBERTO MAIA JUNIOR

Quem não se lembra daquela viagem apressada, com visitas rápidas a pontos turísticos e muita correria para fotografar um lugar desconhecido? Esqueça esse modelo de passeio. O viajante brasileiro está querendo mais que uma mala cheia de suvenires. Um levantamento feito pelo Ministério do Turismo revela que as pessoas desejam contato íntimo com a natureza – e uma boa pitada de aventura.

O ecoturismo é o setor de viagens que mais cresce no Brasil e no mundo. A modalidade mistura belas paisagens naturais a atividades de aventura, como caminhadas, passeios de buggy, de bicicleta e cavalgada. Responde por 26% de todas as viagens feitas no mundo e movimenta mais de R$ 152 bilhões por ano, revela a Associação dos Operadores de Turismo de Aventura (ATTA, na sigla em inglês).

O negócio é elaborado para viajantes comuns. Poucas modalidades, como alpinismo, exigem treinamento específico e oferecem riscos reais. Há até opções bem pacatas, como a observação de pássaros no Pantanal e mergulhos superficiais em Bonito, ambos em Mato Grosso do Sul.

Mesmo com toda essa variedade, o ecoturismo ainda está associado a atividades perigosas – e a um público juvenil, quase adolescente. A maior parte dos ecoturistas, no entanto, tem entre 35 e 47 anos, nível universitário, alto poder aquisitivo e não abre mão do conforto, revela uma pesquisa feita pela universidade americana George Washington.

A analista de finanças Geórgia Junqueira, de 37 anos, é parte desse grupo. Ela já subiu ao topo de um vulcão de 5.400 metros no Deserto do Atacama. Também percorreu diversas trilhas na Chapada Diamantina. “Gosto de aventura de dia. À noite, quero boa comida e conforto”, diz. Ela sempre contrata passeios de uma agência de turismo. No pacote, exige um guia treinado para dar assistência. Em locais clássicos do ecoturismo, como Torres del Paine e Deserto de Atacama, no Chile, ou Macchu Pichu, no Peru, há opções luxuosas de hospedagem. Algumas diárias chegam a custar mais de R$ 3 mil.

No Brasil, até pouco tempo atrás, faltavam profissionais preparados e infraestrutura para atender a essa demanda específica. Acidentes com turistas criaram uma imagem ruim do setor, mas a situação tem mudado. O setor se uniu em associações e passou a seguir critérios internacionais de segurança. O Ministério do Turismo abraçou a causa: investiu R$ 9 milhões em cursos e certificações de segurança nos últimos cinco anos.


Fonte:http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI174611-15201,00.html

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